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Mudança de nomes "Bombeiro Civil"
Bombeiros civis questionam proposta de alteração no nome

Data: 07/07/2011 / Fonte: Revista Emergência
Prejudicados pela falta de uma legislação completa para sua atividade, os bombeiros profissionais civis brasileiros são alvo de um projeto no Congresso Nacional que, em vez de corrigir velhos problemas, apenas traz um novo foco de descontentamento para a categoria.
Aprovado na Câmara dos Deputados em março deste ano, o projeto de lei nº 5.358, de 2009, do ex-deputado Laerte Bessa determina a mudança do nome da profissão para Brigadista Particular, alterando a lei nº 11.901, do mesmo ano, que regulamenta o trabalho de Bombeiro Civil.
Encaminhada ao Senado, a proposta foi tema de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais no dia 15 de junho. Na ocasião, os senadores opinaram que o projeto necessita de uma maior discussão e não deverá ser aprovado na forma como saiu da Câmara.
O presidente da Comissão e relator do projeto, senador Jayme Campos, já havia elaborado relatório para aprovação, porém, a partir da audiência, admitiu a necessidade de estudar melhor o assunto com a Consultoria do Senado antes de apresentar voto definitivo.
Até o fechamento desta edição não havia previsão de data para apreciação final do projeto na Comissão, mas a votação não deve ocorrer antes da segunda quinzena de julho, de acordo com Campos. Se aprovado, o texto ainda dependerá de sanção da presidente Dilma Rousseff para entrar em vigor. Caso sofra alterações na Comissão, a proposta seguirá para nova apreciação na Câmara antes de ser remetida para o aval presidencial.
Reação
A possível mudança de nome está provocando reação entre os principais líderes do setor que questionam a necessidade da alteração. Para Paulo Chaves de Araújo, tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo, a iniciativa seria fruto da pressão de grupos de bombeiros militares insatisfeitos com o uso da palavra bombeiro pelos profissionais civis. "Eu entendo que no Brasil podem conviver, de forma harmoniosa, os bombeiros públicos, divididos em bombeiro militar, bombeiro civil municipal e bombeiro civil voluntário; e os bombeiros profissionais civis, aqueles que prestam serviços em edificações ou áreas de riscos", afirma Paulo Chaves, que também é diretor voluntário do CB 24 (Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
A modificação também é rechaçada pelo técnico em Segurança e Emergência Marco Rocha, que é professor de cursos de bombeiro civil. O especialista alega que os profissionais civis têm funções características de bombeiro, o que justifica o uso do atual nome. "Não há conflito. Os bombeiros civis trabalham em estabelecimentos comerciais e industriais", diz Rocha.
A ideia de harmonia entre os dois grupos de bombeiros não convence o ex-parlamentar Laerte Bessa, responsável pelo projeto apresentado em 2009. Delegado de polícia aposentado, ele entende que a palavra bombeiro seria de uso exclusivo de poder público, uma vez que representaria "uma instituição que presta relevantes serviços para as comunidades". "Não pode vir o particular e usurpar o nome para confundir as pessoas. Chegar agora na profissão e ocupar um nome consagrado, o que pode causar dúvida na sociedade", completa.
Segundo matéria da Agência Senado, o coronel Carlos Eduardo Casa Nova, presidente da Ligabom (Liga Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil), enfatizou durante a audiência pública no dia 15 de junho que as duas categorias são importantes, pois os bombeiros civis iniciam o combate ao incêndio até o bombeiro militar chegar ao local, mas destacou: "É preciso que a história e a responsabilidade dos bombeiros militares sejam consideradas e somadas", lembrando que a categoria tem 150 anos de existência e vasta experiência em combate a incêndios de grande porte, como o do Edifício Joelma, ocorrido em 1974.
Entre os bombeiros civis, entretanto, o temor é de que a mudança do nome para Brigadista Particular possa trazer confusões em relação aos brigadistas de incêndio ou brigadistas voluntários, funcionários de empresas treinados para atuar em incêndios em suas unidades. "Já o bombeiro profissional atua em funções remuneradas, de caráter habitual, de prevenção e combate a incêndio, socorro e evacuação", compara Rocha.
No entanto, não há consenso no setor sobre as possíveis consequências da eventual mudança de nome. A maior parte dos líderes e especialistas não acredita em prejuízos financeiros ou trabalhistas, já que a lei da profissão continuaria valendo para os bombeiros civis, mesmo com outro nome, prevendo o adicional de 30% de insalubridade e a carga horária de 36 horas semanais.
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